domingo, 20 de julho de 2008

SÓCRATES TINHA RAZÃO:...

“ Só sei que nada sei¨...ou¨ “Quanto mais sei, mais entendo que nada sei”!
Apesar de estar atrasadíssima e atarefada, preciso reconhecer que é muito bom estudar.
Não sei como pude ficar tanto tempo longe dos estudos acadêmicos.
Quanto a esses saberes, muito tem me ajudado nas minhas diferentes práticas e reflexões: na profissão, na militância política, partidária, sindical, ambientalista e nas iniciativas da economia solidária, a melhor entender e intervir nas coisas.
Até na relação com as pessoas, principalmente com a juventude... Há mais de um mês um jovem amigo e ex-aluno me perguntou se eu conhecia Freud, ao que respondi: “Alguns fragmentos”. Falei das aulas de psicologia no PEAD, do que Freud pensa da tarefa de ensinar...
Achei interessante quando perguntei qual seria a peça, ele me respondeu: “Fala sobre as coisas do nosso porão, assim poderemos nos conhecer e entender melhor .
Enfim o ex-aluno, sabendo que seguidamente vou a POA e gosto de teatro convidou-me para ver a peça teatral: ”Édipo” baseado em Freud, que esteve em cartaz no Teatro São Pedro.
Muito lisonjeada fiquei pelo convite, mas muito mais por ter vindo de um intelectual jovem e ex-aluno .. Sabem da história do discípulo que supera o mestre?
É um exemplo vivo do caso!
Ao que concluí e decidi que é urgente estudar sempre mais, até “ pra bater um papo” com próximo jovem tão brilhante.

Porque existe MST?

Foi relendo sobre a história e geografia do RS, quando meu objetivo era provar a pluralidade e diversidade étnica e cultural do estado, bem como os diferentes climas, relevos, etc.que observei dados instigantes sobre o problema fundiário do estado.
Afinal, não era um texto de Tao Golin ou Ciro Martins, autores que sabiamente contam a história do Rio Grande não a partir da ótica das elites do estado (passadas e presentes), mas a partir da ótica do povo humilde que trabalha nas estâncias e fazendas deste estado.
Foi em livros de Regina Portella Schneider, Felipe Piletti e Igor Moreira que comprovei sobre a nossa diversidade, o que, aliás, era o objetivo da minha pesquisa, mas, além disso, encontrei dados que comprovam nosso problema de concentração de terra, com a conseqüente saída do estado dos descendentes de colonos rio-grandenses. Estas emigrações vem acontecendo desde a década de 1930 até nossos dias e aconteceram assim: Em 30-SC; 40-PR; 50 e 60-MS; 70-MS,MT-RO-GO-PA; 80 e 90-MG-BA-PI-MA-TO-MT-RO-AC-RR-PARAGUAI e ARGENTINA.
A estrutura fundiária do R.S.onde 2% tem muita terra, 5% tem médias propriedades, 29% tem pequenas áreas de terra e 64% dos imóveis rurais são considerados minifúndios. Pelas sucessivas divisões das heranças nas pequenas propriedades foram acontecendo e forçando as migrações e o êxodo rural.
Entendi através dos gráficos para as crianças da 4ª série, porque existe hoje Movimento Sem Terra no estado e país, exigindo Reforma Agrária, o que, aliás, já aconteceu no 1º mundo ainda na Idade Média.
A mídia mostra o MST, suas mobilizações, principalmente algum exagero que o movimento possa cometer aos “olhos” do senso comum, entretanto nunca mostrou de onde e o porquê veio!
A curiosidade, e investigação, o levantamento de hipóteses, as conclusões nos foram ensinados através do curso...

O tempo e o espaço

Muito interessante como o tempo e o espaço foram trabalhos em todas as interdisciplinas.
Honestamente pra mim estes dois conceitos, Tempo e Espaço seriam temas para estudo em história e geografia, e tempo era o tempo cronológico apenas.
Constatei que o tempo e o espaço foram trabalhados em todas as interdisciplinas.
Pudemos ver as diferentes dimensões do tempo e do espaço.
Há o tempo passado, onde nossos antepassados escreveram a história, também o tempo contemporâneo com suas várias realidades, composto pelo diferentes “eus”, pelo “nós” coletivo com suas diferenças e semelhanças, com seu espaço local, regional, nacional e planetário. Está evidente também que o tempo e o espaço sofrem transformações, pela ação ou falta de ação das pessoas, pessoas essas que intervém mais ou menos na história.Cada pessoa tem seu espaço particular e coletivo, assim como tem o espaço do “nós”, do coletivo.
Num tempo que se fala muito em inclusão e diversidade cultural é bom ”plantar” a noção do “outro”, semelhanças e diferenças.
Reconhecimento de que a história não está só nos documentos escritos, pode ter muitas outras fontes tão fidedignas quanto a documentação oficial.
Acredito que Estudos Sociais, trabalhado desta maneira ajuda a construir o cidadão participativo, questionador e autônomo.
Pode começar com a criança estudando sua escola, seu bairro, sua comunidade com os costumes e a história do seu povo. Mas, deve-se estar aberto para outro tema mais mobilizador e interessante para os alunos.
No momento, vejo o país da China chamando a atenção da criançada, em função da realização dos Jogos Olímpicos estarem sendo amplamente divulgados na mídia.

Escrever bem?... Quanto mais se escreve, mais se aprende a escrever!

Abri meu e-mail com a Professora Marie Jane nos indicando um site para aprender como escrever bem, pelo que agradeci, é lógico. Qual ser humano que não quer saber se expressar e escrever muito bem. Utilizar bem essas ferramentas que nossos antepassados nos legaram, e com as quais nos comunicamos e primordial para a humanidade.
Reconheço que é difícil escrever bem, mas também há estética e prazer em escrever /ler um texto bem escrito.
Já tive muito complexo de inferioridade em escrever, reescrever e escrever outras tantas vezes um texto. Há dias ouvi o escritor gaúcho Luiz Fernando Veríssimo dizer numa entrevista, que às vezes, precisa escrever um texto mais de 10 vezes. Pensei: Bem, se LFV precisa escrever mais de 10 vezes um texto, eu ainda estou escrevendo pouco.
Logo fiquei a deduzir o quanto seria bom interagirmos mais, embora virtualmente, seria um importante espaço de aprendizagens e trocas principalmente no exercício da escrita.
O que, aliás, tenho feito pouco. Inclusive às vezes, sinto dificuldades de dizer exatamente o que pretendo, ou não interpreto corretamente o que leio nos enunciados dos trabalhos e exercícios.
O curso tem feito nós escrevermos e lermos bastante, nos envolvendo sempre muito. Mas concordo que escrever bem é uma arte que precisa ser exercitada, trabalhada... Do contrário, não nos aperfeiçoaremos. Pois essa arte é bem trabalhosa na verdade!.
Mesmo escrevendo um texto escolar, pode-se retomá-lo uma, duas, três vezes. Sempre há o que fazer para melhorá-lo. Ou será que isso já é sintoma de uma lacuna que ficou de alguma etapa da aprendizagem.
A professora Nádie, de forma competente e inteligente (como ela é na realidade) percebeu que num texto que produzi “faltou fazer o fechamento, algo que concluísse e interpretasse a tuas idéias... Não te parece que o texto ficaria melhor?”
É exatamente isso, no atropelo o mesmo não ficou bem, retomarei assim que puder.
O escrever bem me parece como burilar uma pedra preciosa exige zelo e cuidado, mas o resultado é o mesmo... Uma bela escrita, independente do estilo do texto também é uma preciosidade para mim. Quem sabe um dia ainda tenho uma pretensão de tentar escrever: Mas o que? Uma coluna semanal num jornal sobre da cidade, ou quem sabe uma história infantil...
Tenho dito para os alunos da EJA que eu continuo me alfabetizando: hoje escrevo melhor do que há três anos, daqui a 5 anos estarei escrevendo melhor do que hoje, se continuar praticando. As observações dos alunos das séries iniciais acontecem durante os conselhos de classe participativos, quando conversamos, avaliando o curso, as aulas e as suas aprendizagens...Eles, maravilhados, com a professora que ouve suas perguntas,fala, anota... “Quando será que nós vamos estar escrevendo assim?”
Sempre conto essa história na qual acredito mesmo!