quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Ja aprendi bastante, mas ainda tenho muito que aprender

Reconheço que todo profissional consciente precisa permanentemente estar se qualificando e se atualizando para acompanhar os desafios do mundo atual. Um destes desafios é relacionado ao domínio das novas tecnologias de informática.
Sou dos que consideram o computador um invento excepcional, apesar das dificuldades de acessar e manejar seus infinitos recursos disponíveis. Minha geração tem dificuldade e inclusive fobia de utilizá-lo, acreditando que é de difícil manuseio e tenha facilidade para estragar.
Neste clima então é que venho empreendendo meu bê-á-bá digital. Acredito que já aprendi bastante, mas ainda tenho muito para aprender. Esta seria a definição mais fidedigna da minha atual situação!
Atualmente utilizo naturalmente meu E-mail: abro, respondo e envio as mensagens. Esse já é um recurso incorporado no meu cotidiano. Digito todos os meus trabalhos no “Word”, embora ainda não saiba usar todos os recursos do programa. Pesquiso no google, bem como em diferentes sites. Entro em todos os ambientes virtuais do PEAD com tranqüilidade, embora ainda tenha detalhes que me atrapalho.
No trabalho da “Contação de História”, a Elaine e eu tivemos uma experiência de interatividade virtual no trabalho em grupo; quando fizemos todas as combinações sobre a escolha dos personagens, suas falas, divisão das despesas e apresentação, tudo pelo computador; apenas nos reunimos presencialmente no Pólo para o ensaio final e a apresentação da história. Aliás, funcionou tudo bem. Foi a 1ª vez que vivenciei a interatividade que o computador pode proporcionar... Fiquei radiante com a experiência.
Outro problema que enfrento é da própria Internet, dizem, por ser discada funciona mal. Tentei colocar um terminal que funcionasse a rádio, por enquanto, os técnicos dizem que não é possível. Tenho me valido do Labin da escola (possibilidade que depende do humor da responsável), mas houve um problema de roubo de um CPU que me deixou constrangida de voltar a utilizá-lo em horários, onde não há alunos... Ultimamente utilizo as “Lan Houses” que existem no centro da cidade; tem sido uma boa solução!
Mas o ruim é que tenho estado sozinha, porque não tenho com quem compartilhar quase nada sobre os estudos, pois apesar de ter uma colega da mesma cidade, moramos em bairros diferentes, e nossos horários não coincidem.
Tenho dito que o estudo pra mim é um prazer, o que ainda me complica é a falta de um maior conhecimento digital. Tenho tido problemas em função disso, como por exemplo: perder datas e precisar refazer trabalhos prontos, enviar tarefas e não ver as mesmas postadas. No Memorial da Infância incluí 2 fotos bem ilustrativas : uma sentada numa tradicional cadeira para registrar um ano de vida, outra no colo de minha mãe, acompanhada pela vó, bisavó e tetravô, quando estavam reunidas 5 gerações (“ Ensaio de matriarca”, quem sabe he,he, he!...)as quais não foram anexadas, apesar de tê-las visto lá...
Já chorei feita criança pelos meus desacertos na informática, otimizados ainda mais pela falta de tempo.
Porém tenho superado o problema com a ajuda dos tutores, de meu filho, a minha família tem me ajudado na constituição de uma nova auto-imagem; no ano passado ganhei um computador novo, com tela de plasma... Agradeci, mas pensei :” é muita areia pro meu caminhãozinho”, “segurei na pose !” como diria a professora de teatro, quando fazíamos o exercícios de improvisação e interpretação.

A mais interdisciplinar das disciplinas

As interdisciplinas desse semestre estão “mexendo” muito positivamente comigo.
Apesar de tê-las adorado, estão ampliando minha visão de como trabalhar melhor em Literatura Infantil e Artes Visuais, aprendi até nas próprias aulas práticas /presenciais, técnicas que poderemos adaptar às nossas aulas.
Constatei também ao vivo tudo o que precisa um bom professor para trabalhar com Música e Teatro, infelizmente nestas disciplinas não fui tão bem sucedida. Até hoje fui apenas espectadora, como professora ainda fiquei aquém de dar boas aulas de teatro e música.
Entretanto, preciso admitir que a grande inovação pra mim, e acredito também que seja para a maioria das escolas, a mais interdisciplinar de todas as disciplinas tem sido Ludicidade.
Seu enfoque propõe transformar a forma de trabalhar num novo fazer pedagógico mais “brincado”, resgatando inclusive velhas brincadeiras e brinquedos, com função mais importante que antigamente supúnhamos possuírem.Também me surpreendeu a pequena necessidade de recursos materiais utilizados. O professor de Ludicidade Élder Cerqueira foi “mestre” em coordenar atividades tão ricas, com pouquíssimos recursos materiais, exceto a aula com material de sucata, que, aliás, foi um show.
No meu entender, o lúdico perpassa uma ampla transversalidade, onde se constrói a possibilidade de trabalhar abrindo à apreciação das artes, a partir dos conhecimentos obtidos na escola. A ausência da ludicidade “mataria” esta possibilidade de olhar o multiculturalismo, a percepção estética e uma visão contextualizada da arte.
Por que digo isso? Pela observação do que acontece com as aulas de Artes na minha escola. Só com as tradicionais aulas de arte, não tem como sensibilizar os alunos (pelo menos na nossa experiência) e despertar o gosto pelas diferentes expressões artísticas.
Tenho interferido muito cuidadosamente na escola para colocar essa nova concepção, mais alegre, menos sisuda de estudar, mais afetiva de nos relacionar, mas sem perder “a seriedade e a rigorosidade técnica” como nos ensina Freire.
Quanto a mim, pessoa, em função de todos os ensinamentos obtidos, estou “ensaiando” uma postura diferente de ver e me posicionar diante dos fatos: mais solta, flexível, sem tanto estresse e cobranças.Diria mais bem humorada, mais lúdica.
Como eu não possuía conhecimento nenhum nessa área, sei da necessidade de aprofundar esse tema enquanto profissional, para melhor utilizá-lo nas aulas. Embora sempre tivesse tentado lidar com os problemas da sala de aula com diálogo, bom senso, serenidade e até bom humor, quando possível.
Entretanto hoje sei, porque concluí que trabalhar e viver com ludicidade é investir em qualidade de vida. Também significa nos permitir ter desejo, sonho e fantasia e utilizar esses sentimentos fantásticos e mobilizadores na educação.
A ludicidade tem um viés ideológico transformador, conforme a professora Tânia Ramos Fortuna, onde o brincar e o lúdico abrem espaço, valorizando o prazer como um direito e expressão inerentes do ser humano, cada vez mais reconhecido e referendado para ser um novo parâmetro nas nossas relações conosco mesmos, com os nossos semelhantes e com o mundo que nos rodeia. Entendi que assim se faria uma revolução!

Ligada nas Artes

Tenho gostado muitíssimo das aulas de Artes Visuais, tanto das aulas presenciais, quanto dos textos disponibilizados no ambiente virtual Rooda e das sugestões dos sites com temáticas de complementação ao conteúdo das aulas. Confesso que as mesmas tem servido para meu aperfeiçoamento profissional, mas também para minha vida pessoal, já que me considero uma amante das artes...
Aliás, nada me “religa” tanto à vida e à espiritualidade do que “sorver” as diferentes expressões de arte. Quando saio de uma visita ao MARGS, de um Show Musical, de um espetáculo teatral que assisto, sinto-me plena... Sempre fui assim... Sempre falo isso pro meu marido que é muito religioso, até meio “carola”... Minha fé não esta ligada a religião, igreja (a obra arquitetônica em si me emociona mais que a pregação) A fé surge e existe na contemplação da beleza da arte, na luta que os homens “imprescindíveis” como diz B. Brecht travam para tornar mais bonito e melhor o mundo. No fundo pra mim, essa atuação também é uma forma de burilar uma obra de arte nascida a partir talvez, até do “ big-ben” inicial... O que não me importa muito! A verdade é que cá estamos, quanto melhor este planeta se tornar para cada um dos viventes, melhor será para todos que tiveram esta fugaz oportunidade, de deixá-lo ainda melhor. Seria um tributo de gratidão a esta passagem.
Precisaria ter nascido com o DNA mais carregado de genes dotados para as artes, eu seria artista com certeza! Apesar de que como espectadora já me conto satisfeita e feliz. Ainda mais agora que aumentaram meus conhecimentos na área, professoras Ana Cláudia e Viviane. É um fato real!
Segundo os estudos que fizemos no belíssimo material teórico produzido por vocês, fiquei sabendo que todos podemos ter “produções artísticas”, embora não sendo artistas; também que estamos rodeados de arte...Descobri que minha casa é cheia de arte, especialmente a popular, que ADORO: são peças de várias partes da América do Sul e Central, muitas de artesãos brasileiros. Só eu as limpo, por puro zelo e medo de alguém não cuidar o suficiente, vindo a quebrá-las.
A grande novidade foram os passos que são recomendados ao professor seguir no trabalho com artes: 1º-2º- 3º.......
Foi fundamental pra que nos utilizássemos desse saber para melhorar as aulas de artes em nossa escola, bem como o relacionamento com a prof.ª, que é muito competente e capaz, mas acadêmica demais, não dava enfoque interdisciplinar ao conteúdo trabalhado, não contextualizava as aulas, trabalhava a técnica e ponto final. Com os novos conhecimentos adquiridos no PEAD e aplicados nas nossas aulas, essas tornaram-se significativas e interessantes; tudo melhorou. Hoje de posse de uma réplica, a professora continua fazendo a releitura da obra (antes era somente a cópia, acredito eu), analisa o estilo da obra, compara com outras obras, contextualiza na época em que foi produzida, pesquisa sobre a mesma, inclusive na Internet, expõe coletivamente os trabalhos, os alunos fazem avaliação cooperativa, dizendo o que significou fazer o trabalho....
Inclusive terminaram os problemas de indisciplina. Outro aspecto que deixou os alunos da EJA(Tot. VI ) muito satisfeitos foi terem constatado, em diálogo com seus filhos que algumas questões trabalhadas em sala de aula em Artes, caíram nas provas do ENEM. Teve uma importância grande terem podido ajudar os filhos nos estudos e saberem responder essas questões; foi um comentário geral na escola!
Como professora, por gosto pessoal, por intuição e com intencionalidade de apresentar as artes aos alunos, sempre tentei mesclar e permear estas, nas disciplinas que trabalhei, mas como um meio para tornar mais atraente tal conteúdo, numa culminância, como conhecimento geral, curiosidade, atividade para uma hora cívica ou data comemorativa.... Entretanto, a grande lição foi....”A investigação da natureza da arte como forma de conhecimento. Ou seja, a arte como objeto do conhecimento...” Aprendi que as artes são por si objeto de estudo, com uma transversalidade fantástica quer na área sócio-lingüística, sócio-histórica bem como na sócio-científica. Que através delas podemos estudar o mundo da atualidade, bem como de outras épocas, desenvolvendo a visão artística, a sensibilidade e o humanismo nas pessoas.
As artes devem ser trabalhadas no cotidiano da sala de aula, em todas as disciplinas, não precisam esperar data comemorativa, assunto árido; pois todas as aulas deveriam ser diferentes, interessantes e significativas.
Lembro-me de um dia que tive de substituir às pressas, uma colega de português, passei na biblioteca, peguei umas dezenas de livros de poesia. A tarefa era cada aluno escolher um livro, destacar a poesia que mais gostou, copiá-la, destacar palavras desconhecidas, procurando as mesmas no dicionário. No final do segundo período, fazer um pequeno recital. Nos dois últimos períodos ir à biblioteca, utilizando bibliografia ou Internet para saber mais da vida do autor. Foi um trabalho muito bonito! Não sabia que aqueles alunos da EJA tinham tanta estética... Seria com certeza, as poesias que eu teria escolhido(digo isso,porque sou professora bibliotecária e conheço quase todo o acervo ) e daí nasceu no nosso curso a noite do Recital de Poesia, inclusive o turno do dia iniciou esta experiência neste ano. Todos adoram: alunos, professores, pais e convidados.

Melhor do que eu imaginava....

Gosto muito de teatro, percebo-o como algo que passa uma mensagem forte e visceral, que tem a capacidade de mexer sempre conosco. Tenho uma visão de espectadora, semelhante ao que sinto em relação à música ( só que a sonoridade, a diversidade e expressão genuinamente cultural é a sua tônica), percebo teatro como uma forte presença do ser humano concreto, onde o ator( seu corpo, sua fala, seus gestos) tudo manifesta expressão e comunicação.
Apesar de já ter assistido a várias peças de teatro, enquanto professora me considero bastante inexperiente.
Além de solicitar que os alunos façam algumas dramatizações, estimular sua ida ao teatro, não sabia fazer nada mais. É lógico que nunca até agora utilizei o teatro, como seria o indicado, segundo os PCN: “O conjunto de conteúdos está articulado dentro do processo de ensino aprendizagem e dividido em 3 eixos norteadores”:
a- Produzir e/ou criação do fazer artístico.
b- Apreciar ou leitura da obra de arte.
c- Contextualizar.
Teatro também é objeto de conhecimento, ou seja, produz conhecimento, têm relação com a filosofia, a história, a literatura, as ciências, etc...
Mas, o teatro ainda propicia todo um trabalho de expressão corporal, fisicalização, improvisação, técnicas de dramatização o que trabalha nosso corpo, tornando-o mais solto e flexível física e psicologicamente, a ponto de percebermos a realidade e a verdade do outro, incorporada e encenada pelo personagem. Foi o que pessoalmente senti nos exercícios em aula, é mágico esse perceber o outro.
Deve ser por isso que todos os regimes totalitários, depois de perseguir adversários e intelectuais, chegam até aos artistas; estes estão a frente, pois já sentiram e perceberam mais do que a massa, pela qual são idolatrados.
Mas gostaria de relatar também o que vivenciei na aula de teatro que já registrei no meu Inventário Criativo.
Nossos alunos do EJA como já de costume foram assistir “Il Primo Mirácolo” de Dario Fon, tendo como ator e diretor Roberto Birindelli, que se apresentou em Torres.
O monólogo trata do primeiro milagre de Jesus, mas satiriza questões aceitas e reproduzidas pela “Sagrada Família”, tais como: a opressão, a fome, o exílio, preconceitos raciais. O personagem de posição agnóstica, fez uma divertida comédia, sem em momento algum hostilizar as religiões. Acontece que uma grande maioria dos alunos da Tot. I e II, com os quais trabalhei, são evangélicos (pentecostais), e se insurgiram quanto ao teor da peça, achando-a desrespeitosa com Jesus. Mas reconheceram o talento do personagem “Professora ele fez tudo com o corpo...” Outros continuavam revoltados, quando uma aluna negra disse que não gostou, pois quando o ator falou em racismo apontou para ela. Mas que ela própria, já fora paga com 20 reais, lá em P.A., no dia e na igreja tal, para dizer aos prantos que tinha uma doença incurável e que o pastor fulano a benzeu...E que ficou curada. Teriam dito que poderia ser artista da rede Globo! Tão bem teria representado!
Diante da minha perplexidade, retomei o assunto da peça, fazendo alguns questionamentos, tendo a certeza que toda a discussão imprevista, foi tão ou mais importante que os exercícios que havia planejado sobre:
Ah, ia esquecendo de dizer que o primeiro assunto, introdutório apenas, seria avaliar sobre o teatro que assistiram...Tema que tomou quase toda aula.
-Contar s/ sua ocupação principal através de mímica;
- Improvisar, apresentando seu nome próprio.

Saí da sala pensando que aula foi um fracasso, inclusive relatei à professora, que disse ter achado aspectos interessantes, ao que me orientou a aprofundar a reflexão teórica, o que foi feito, o que melhorou meu parecer s/ a aula...
Mas, o que mais me deixou satisfeita foi acompanhar a apresentação destes mesmos alunos na atividade: Noite Cultural sobre a Consciência Negra, quando através de mímica e gesticulação, e narrando alguns trechos... Contaram a história do1º enforcamento acontecido no RS, no séc. XIX, quando um negro foi acusado de desviar material de construção na Igreja N.Sra.das Dores, e condenado injustamente à forca.( o ladrão era um rico senhor) O injustiçado teria amaldiçoado a igreja, para que nunca fosse concluída, e se concluída, logo ruísse novamente; fato que dizem tem acontecido.
A história foi lida para os alunos, com o objetivo de mostrar que tal como acontece atualmente, o negro sempre é o acusado diante da suspeita entre duas pessoas de etnias diferentes, caracterizando o racismo.
Foi ótimo ver que participaram teatralizando a mesma.

A música alegra o coração!

Embora goste muito de música e de cantar, não sabia quase nada de como trabalhar música com as crianças. Foi marcante a mensagem de incentivo das alegres e excelentes aulas da professora Leda .Também merece registro a qualidade dos textos à nossa disposição no ambiente ROODA. Li todos eles com atenção e me esclareci bastante sobre como no Brasil acontece a concessão de funcionamento de emissoras de TV e Rádio, perigosa ameaça à democracia segundo Emir Sader; a influência da mídia sobre o gosto musical das pessoas; o monopólio das gravadoras e suas artimanhas para manipular a audiência das produções musicais, sem compromisso com a qualidade destas; a alternativa das produções independentes. Assim tivemos oportunidade de ampliar nossos horizontes sobre o tema música e mercado.
Minha tarefa primeira para as férias é “garimpar” música de qualidade para trabalhar com as crianças do currículo, vou buscar as indicações recebidas nessa disciplina no texto: “Grandes Músicas para Pequenos Ouvintes”. Conforme solicitação da supervisora do currículo da nossa escola, sendo eu crítica voraz da escola reproduzir “ as porcarias que se ouve na mídia”, anunciei que no PEAD havíamos recebido orientações de boa música para crianças, ao que prontamente foram aceitas as sugestões e eu fui a encarregada de buscar o material.
Pelo menos, temos nos empenhado para incentivar os alunos a serem ouvintes sensíveis, intérpretes ou mesmo compositores talentosos.
Na EJA, curso que dirigimos, sempre somos convidados a participar das programações de arte do município. Iniciamos promovendo programações na escola tipo: ”Noite de Talentos musicais”, ”Recital de Poesia”, “Tertúlia Farroupilha”, “Sarau na Escola”, o que desenvolve no aluno um gosto pelas Artes. Sou testemunha de que todo ser humano tem estética e sensibilidade.
Pelo interesse e pela postura que os alunos demonstram, já fomos convidados a assistir a OSPA, a Orquestra de Câmara da ULBRA, ainda nesse ano fomos convidados para a Abertura do Seminário Internacional de Educação, para assistir o Concerto da Escola Municipal Vila Lobos (?) de Porto Alegre, que interpretou diferentes gêneros musicais: desde canções regionais até internacionais; do popular ao erudito,jamais assisti um concerto de amadores com tal qualidade!
Nossos alunos ficaram muito tocados, perceberam que eram jovens de periferia como eles. Seus depoimentos e avaliações s/ o espetáculo me emocionaram muitíssimo. Lembro de uma senhora já idosa que falou: ”Olha, só por isso já valeu a pena voltar a estudar!”
Num final de ano convidamos um “Terno de Reis” para cantar no encerramento, um pouco temerosos de que a moçada pudesse não entender e não gostar...Mas, foi um sucesso.
Também no bairro onde moro no último ano houve apresentação do “Terno de Reis”, deu até notícia..Pois na região não se acreditava que ainda existissem os mesmos. Hoje, na programação oficial de Natal e Ano Novo do município já constam apresentações destes.
Devagar a música está tomando o lugar de destaque que merece, tanto nas escolas, quanto nas comunidades e no município. Aliás, este povo tem muita musicalidade...
Se eu fosse uma autoridade na área educacional, criaria escolas de música, inclusive privilegiando velhos músicos que tocassem bandolim, cavaquinho, violino e outros instrumentos musicais quase em desuso. Apesar do Brasil ter grupo musical, com renome internacional onde os instrumentos são confeccionados de sucata.
Defendo também a música como ferramenta de promoção de crianças e adolescentes que estão vivendo a margem da sociedade, pois promover o resgate e a reintegração na sociedade seria dever dos governantes. Muitas cidades, estados e países tem usado com êxito a música na promoção da cidadania.
Quando há quase 30 anos cheguei em P.A. para estudar, logo descobri o dia dos ensaios da OSPA (Entrada gratuita-3ªs feiras (?) - no antigo Teatro Leopoldina na Independência),
para entender e perceber melhor a música, precisei estudar história, comprovando que as artes se interligam com outras áreas do conhecimento, idêntico ao que acontece hoje ainda com alunos e professores.É a arte abrindo as portas do conhecimento .