sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A QUESTÃO POLITICA DA EDUCAÇÃO POPULAR

A QUESTÃO POLÍTICA DA EDUCAÇÃO POPULAR

Conforme o texto do livro que leva o nome do título acima do autor Carlos Brandão, onde narra a bela fala do lavrador Antônio Ciço, morador do interior sul de Minas Gerais, e que nos faz pensar sobre os paradigmas necessários e urgentes para darmos conta de oferecer uma educação de qualidade para o povo, especialmente para parcela que não pode frequentar a escola em idade própria.
A educação não se constitui num conceito único pra todos, embora se constitua num direito de todos e num dever do estado, há grandes parcelas da população que ainda não a tem de fato, pois para alguns grupos não tem conseguido cumprir seu papel. Cabe sempre a pergunta: Educação pra quê e pra quem?... Ainda precisamos superar o desafio de fazer uma educação de qualidade pra quem mais precisa.
Fica clara a questão de classe, os menos favorecidos e os que podem usufruir vida digna vivem mundos diferentes, normalmente os primeiros são fadados ao insucesso escolar. Por que ?
Não teria tanta importância para a vida destes os saberes repassados pela escola? A escola é pensada para os que devem apenas “reproduzir” a sociedade com as estruturas cristalizadas que aí estão?
Na verdade há grande diferença de qualidade entre a educação pública ministrada nas escolas de grandes centros e de periferia; o que a torna sempre distante dos humildes que aprendem com os pais, com o meio social conforme o costume de cada qual. Ademais cabe ressaltar a linguagem, os valores e o currículo implícito trabalhado na escola : muitas vezes hostil e estranho ao povo.
Enfim, a educação elitizada é repassada para os melhor nascidos, iludindo as classes populares, quando não tem consciência sobre o tipo de educação que lhes deve interessar, e pela qual devem lutar.
Tão instigante, profundo e ideológico é o que se passa hoje na EJA uma modalidade de ensino que precisa ser de um viés popular para acontecer. Hoje há dificuldade de reconhecer a especificidade que envolve essa modalidade, resgatando o direito, embora tardio de oferecer educação pra todos. Quando ouço uma diretora de escola pública eleita dizer que não gosta da EJA, outro professor dizer que se os alunos tivessem dado certo estariam no Ensino Regular do dia....Tenho certeza que no RS essa modalidade de ensino agoniza. É preciso revermos os nossos paradigmas!
Para concluir quero mencionar outro grande desafio que ocorre atualmente: a infantilização da EJA, a escola dita regular tem grande capacidade para trabalhar apenas com os alunos igualmente “regulares”.
Sonhando em trabalhar diferente é que busquei mais formação nesse Curso do PEAD na UFRGS; tenho a clareza que ainda preciso estudar muito, estudar sempre, mas acredito que um dia teremos uma escola de qualidade para o povo e seus diferentes.

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